3 de julho de 2008

O Poeta Pobre


Óleo sobre lona entitulado "O Poeta Pobre" (Der arme Poet), do pintor e poeta romântico alemão Carl Spitzweg (1808-1885).

Por algum motivo essa pintura me marcou profundamente. É linda realmente, mas não foi só pela beleza estética que me chamou a atenção. A pintura mostra a decadência de um artista, ou a decadência, a privação, a frugalidade, as dificuldades financeiras que acompanham o artista. Um artista sem oportunidades é um artista fracassado, um poeta pobre.

Bem, não sou poeta. Não tenho talento pra isso. Mas procuro uma carreira semelhante, no ramo acadêmico. E ao ver essa pintura veio à tona todos os meus medos de não ser economicamente bem sucedido na profissão que escolhi. Serei um dia como o poeta pobre de Spitzweg? Se serei, que seja! O serei com satisfação. Satisfação de pelo menos ser um poeta. E há até certa magia em ser mendigo e poeta...

Sobre Spitzweg: pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Spitzweg

Galeria com 185 obras de Spitzweg: www.carl-spitzweg.de/galerie.htm

3 comentários:

Ceinwyn disse...

Exatamente isso. Tb me borro de medo de como vai ser a minha vida financeira. Mas o que gosto é História, fazer o que. História e demais humanas, o que não dá dinheiro messsmo.
Bjin

Breno C. disse...

O engraçado é que eu tinha essa mesma visão de que basta você ter satisfação, que se estará bem, mas as coisas não são bem assim. Um poeta pobre, tem mais chances de morrer de fome e tenha certeza de que não é uma morte muito boa. Um dia me disseram que basta você se dedicar com todo o coração e você nunca vai passar fome ou ter dificuldades, não sei se é verdade, porque amo o dinheiro e não o que faço, mas se servir de consolo, é melhor estar sempre dando o melhor de si.

Rômulo disse...

Satisfação não pressupõe sucesso financeiro. Fica claro isso na postagem.

Mesmo que um poeta pobre, ainda um poeta, independentemente do estado financeiro.

Se eu vincular felicidade a riqueza, não serei "poeta" nunca. Como poderei tentar ser feliz sem a "poesia"? Preciso e quero que a minha vida seja "poesia" e não dinheiro. Se eu vincular felicidade à "poesia", jamais serei rico.

Escolho a poesia, mesmo que a minha pesia não seja poética. Mesmo que a mendicância seja meu destino.

E engana-se quem pensa que é idealismo. Pelo contrário, não espero o sucesso da vida, espero o fracasso. Não espero a bonança, espero as agruras e as dificuldades. Porque eu quero ser "poeta". Não é idealismo, é resignação.