9 de dezembro de 2008

Revelação

Fugindo às celas da mente,
corro pelas ruas, vestido de crueldade,
cuspindo, contra o vento, escarros de amargura.
E para todos os seres sou ao frio aço semelhante,
mas para meu amor sou apenas ternura.

Cansado de percorrer solitário
os desertos sombrios da Existência,
me deparo com tua paradoxal presença:
doce, comovente e perturbadora, que
desequilibra, derruba e faz levitar.

Entre lágrimas, sorrisos e dúvidas
um amor desponta tímido e, como o sol,
dissipa todas as trevas.
Confere sentido, calor, alegria e propósito
ao árido caminho de um construto.

Meu destino é o que me leva a ti,
que tens o semblante refletindo meus sonhos e que
rouba a minha alma num beijo.