10 de setembro de 2007

A teimosia dos porquês

Por que existo? (se existo) Por que viver? Ou qual o sentido da vida? Por que isso? Por que aquilo?...

Há pensamentos que percorrem minha cabeça, carregadas de perguntas cujas respostas o ser humano nunca será de criar definitivamente. Todas cheias de porquês. Porquês de início primordial e de finalidade última. Porquês de compreensão, de definição, de ordenação, enfim, porquês pra todos os gostos.

Por que existem porquês que não se podem encontrar respostas? Porque aí está a prova da inteligência infinita de Deus, poderiam objetar alguns crentes (ah, como invejo vossa fé). Somente o Seu intelecto, imensuravelmente superior ao humano, seria capaz de compreender tudo. Mas a existência ou não de Deus também não é uma enigmática além da percepção e do saber humano? Aí está, aliás, uma questão a qual deixei de me fazer; cheguei a uma conclusão, não muito satisfatória, mas uma conclusão: não sei.

Então por que ainda insisto em me inquirir perguntas que não responderei? Como certas doenças que permanecem no corpo e sempre manifestam seus efeitos quando a resistência está baixa, assim os teimosos porquês afligem quando a resistência mental está baixa. O ócio é talvez o grande responsável pela queda da resistência mental. Mas não somente o ócio profissional, mas social, intelectual e afetivo.

“Cabeça vazia é oficina do Diabo” é o que diz o ditado popular. Sem querer entrar na espinhosa questão envolvendo o Diabo..., o ócio não seria benéfico? Sim, ele (o ócio) produz naturalmente inquietações, que produzem perguntas. E perguntas recheadas de porquês. “Conhecimento se produz com perguntas” foi mais ou menos o que disse alguém que não me lembrarei. Portanto, apesar de angustiante, o ócio tem seus méritos afinal.

Mas aqui estou eu a divagar desnorteadamente, fugindo ao assunto inicial. E por que o texto deve se restringir ao assunto do título? Porque assim mandam as regras do bom português. Que se fodam as regras do bom português! Esse texto acaba aqui.

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