8 de agosto de 2025

Dez anos depois, o fim

 Agosto de 2025. A última vez que postei aqui foi há quase 10 anos! Poderia ser até mais, porque as únicas coisas que vieram para cá em 2015 e 2016 foram listas e registros. Já quis voltar a escrever antes em outros momentos, em datas e eventos marcantes. Não tive forças de motivação suficiente.

Durante mais de 7 anos usei esse blog como uma forma de expurgar meus demônios. É bem clichê. Mas a realidade é sem graça. Na data da primeira postagem, em 2007 eu passava por um momento de depressão, vejo hoje, bem sério. Mesmo sem diagnóstico, eu certamente estava em depressão. Ninguém escreve uma carta de suicídio assim a toa. Nem sai de casa com o firme propósito de não voltar. Apesar de ter voltado, por meandros que não lembro bem hoje. Sei hoje quais eram os demônios que eu queria expurgar escrevendo. Os da solidão extrema, especialmente.

Em 2015 eu casei. Tive outra vida. Em 2020 tive um filho. Sou hoje uma pessoa consideravelmente diferente da pessoa que eu era quando escrevia aqui. A tal ponto que ler muita coisa daqui me traz um sentimento de vergonha. Mas escolhi manter esses pensamentos presos, como lembrança de alguém que eu já fui. Avalio que as únicas coisas que realmente ainda gosto são Profana Tragédia e Por Favor.

Às vezes sinto saudades dessa época, em que eu parecia tão culto. Sinto que as redes sociais e o mundo líquido atual derreteram um pouco meu cérebro. Ou talvez seja só a idade passando. Já faz 10 anos! Ou mais. No entanto, logo a saudade desses tempos passa. Todos aqueles livros! Nenhum deles me deixou menos pobre, nem mais feliz. Eu parecia mesmo mais inteligente, mas certamente era imensamente mais triste.

A verdade é que quis voltar a escrever. Talvez para expurgar demônios outra vez. Dessa vez de outro tipo. Então resolvi migrar: https://cartasheroi.wordpress.com

Prendi muitos pensamentos aqui ao longo desses anos! Talvez alguns até valham a pena continuar guardados. Entretanto, é hora de deixá-los. Quem sabe até quando? Ainda tenho coisas guardadas, inacabadas, desses dez anos. Sabe lá onde as coisas podem parar.

A vida é um sopro. E os pensamentos são fugidios.

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