18 de maio de 2009

Fantasma

Ó fantasma, fantasma de incomparável beleza,
Que és? Súcubo diurno ou anjo de luz dourada?
Assombras meus dias e minhas noites com tua imagem onírica
E permanece calada. Por quê?
Será por que também eu emudeço diante de ti?

Tua boca é o silencioso túmulo do meu amor
E teus olhos tristes o reflexo da minha dor, que também é tua.
De repente, vais embora.
Deixando para trás perfumadas pegadas de jasmim
E os esvoaçantes cabelos, feito véu de ouro das núpcias adiadas.

Fica somente o porquê. Mas não o porquê de vires.
Isso o sei bem, desde que nasci, agora percebo:
Vieste para me fazer ver além dos meus olhos, me emprestando os teus,
A tal ponto que ter vida e ver os teus olhos se tornassem a mesma coisa.
E eu seria feliz.

Mas por que, por que foste embora?
Tão triste e sem palavras?
Também eu não pude dizer nada.
Serei eu
Fantasma para ti,
Assim como és fantasma para mim?